Falta de informação sobre o autismo provoca preconceito
Do R7, Domingo Espetacular (1º de Maio, 11)
Eles são crianças e jovens iguais a muitos outros. Vão à escola todos os dias, estudam, brincam, trabalham. Só que eles têm um jeito particular de ver o mundo e a si mesmos. São autistas. As diferenças, às vezes sutis, motivam o preconceito.
O pediatra Bruno Nóbrega diz que muitas pessoas ainda pensam que o autismo faz com que a criança não tenha expectativa de se desenvolver e ter capacidade de interação social. E o uso desse retrato equivocado por humoristas da MTV vem causando polêmica.
O programa Comédia MTV fez um trocadilho com o nome do reality show Casa dos Artistas, do SBT, e criou a Casa dos Autistas.
Fábio Oliveira, coordenador pedagógico de uma associação para autistas, diz que um assunto tão sério jamais poderia virar piada.
– Eu achei absurdo, na verdade, porque o autista não é aquele que está sendo retratado ali. O autista é muito mais que aquilo.
Uma em cada 150 pessoas é autista, mas nem todo autista age da mesma maneira, tem as mesmas características. Existem níveis diferentes de desenvolvimento, explica Nóbrega.
– O autismo tem graduações, então de quatro crianças de aspecto autístico, cerca de três têm algum grau de deficiência mental associado, um não. Inclusive há caso de garotos e garotas que são geniais em algumas áreas do desenvolvimento humano.
Ana Cláudia é uma mulher que luta contra o preconceito todos os dias. Ela é mãe de Vinícius, de 13 anos. O garoto tem autismo moderado.
– Quando você fala “meu filho é autista”, eles acham que ele vai ficar balançando, batendo a mão. A parte grave do autismo é essa, mas tem também os que não fazem isso
Ela ficou indignada com a sátira mostrando o que seriam pessoas autistas.
– Você não pode ridicularizar a deficiência que as pessoas têm. É como imitar cego na televisão, não dá, é ridículo você faz humor utilizando deficiências. .
O mestre em comunicação Vanderlei Dias de Souza que faltou bom senso.
– Esse tipo de humor apresentado pela MTV, se fosse há um tempo, se fosse há 15 anos, talvez fosse considerado normal. Hoje, com essa questão do politicamente correto, e é legal que seja assim, esse tipo de humor não cabe mais.
Mais de 8.000 pessoas protestaram contra as cenas em um abaixo-assinado na internet. A emissora divulgou um pedido formal de desculpas e o mais famoso integrante do programa, Marcelo Adnet, se defendeu pela internet.
– Desculpe, sempre fui contra essa cena, mas fui voto vencido. Não escrevi essa cena e não sou o diretor do programa.
O diretor e redator do programa, Rafael Queiroga, assumiu a responsabilidade pelo que foi ao ar e também se explicou pela internet. A emissora também se comprometeu a veicular anúncios sobre o que é o autismo.
Oliveira diz que a retratação é o mínimo para tentar amenizar a indignação das famílias.
Desde os primeiros anos de vida, os pais notam na criança autista um desenvolvimento diferente das outras crianças. À medida que ela cresce, eles percebem a dificuldade dela em se comunicar e fazer amigos. Quanto mais cedo essa criança receber estímulo e um tratamento, mais chances ela vai ter de se tornar um adulto feliz e integrado à sociedade.
É o caso de Jefferson de Oliveira. Ele tem 24 anos, completou o Ensino Médio, fala inglês e já ganha o próprio salário.
– Eu nasci com diagnóstico, mas na verdade eu não me sinto autista, me sinto como qualquer pessoa.
O jovem, que trabalha como auxiliar de escritório, assistiu à sátira Casa dos Autistas e não se viu naquelas cenas.
– As pessoas devem pesquisar mais sobre o autismo. O autismo não é uma deficiência, é uma síndrome de transtorno global. Existe a síndrome do toque, síndrome disso, síndrome daquilo. Não é deficiência.
O pediatra Bruno Nóbrega diz que muitas pessoas ainda pensam que o autismo faz com que a criança não tenha expectativa de se desenvolver e ter capacidade de interação social. E o uso desse retrato equivocado por humoristas da MTV vem causando polêmica.
O programa Comédia MTV fez um trocadilho com o nome do reality show Casa dos Artistas, do SBT, e criou a Casa dos Autistas.
Fábio Oliveira, coordenador pedagógico de uma associação para autistas, diz que um assunto tão sério jamais poderia virar piada.
– Eu achei absurdo, na verdade, porque o autista não é aquele que está sendo retratado ali. O autista é muito mais que aquilo.
Uma em cada 150 pessoas é autista, mas nem todo autista age da mesma maneira, tem as mesmas características. Existem níveis diferentes de desenvolvimento, explica Nóbrega.
– O autismo tem graduações, então de quatro crianças de aspecto autístico, cerca de três têm algum grau de deficiência mental associado, um não. Inclusive há caso de garotos e garotas que são geniais em algumas áreas do desenvolvimento humano.
Ana Cláudia é uma mulher que luta contra o preconceito todos os dias. Ela é mãe de Vinícius, de 13 anos. O garoto tem autismo moderado.
– Quando você fala “meu filho é autista”, eles acham que ele vai ficar balançando, batendo a mão. A parte grave do autismo é essa, mas tem também os que não fazem isso
Ela ficou indignada com a sátira mostrando o que seriam pessoas autistas.
– Você não pode ridicularizar a deficiência que as pessoas têm. É como imitar cego na televisão, não dá, é ridículo você faz humor utilizando deficiências. .
O mestre em comunicação Vanderlei Dias de Souza que faltou bom senso.
– Esse tipo de humor apresentado pela MTV, se fosse há um tempo, se fosse há 15 anos, talvez fosse considerado normal. Hoje, com essa questão do politicamente correto, e é legal que seja assim, esse tipo de humor não cabe mais.
Mais de 8.000 pessoas protestaram contra as cenas em um abaixo-assinado na internet. A emissora divulgou um pedido formal de desculpas e o mais famoso integrante do programa, Marcelo Adnet, se defendeu pela internet.
– Desculpe, sempre fui contra essa cena, mas fui voto vencido. Não escrevi essa cena e não sou o diretor do programa.
O diretor e redator do programa, Rafael Queiroga, assumiu a responsabilidade pelo que foi ao ar e também se explicou pela internet. A emissora também se comprometeu a veicular anúncios sobre o que é o autismo.
Oliveira diz que a retratação é o mínimo para tentar amenizar a indignação das famílias.
Desde os primeiros anos de vida, os pais notam na criança autista um desenvolvimento diferente das outras crianças. À medida que ela cresce, eles percebem a dificuldade dela em se comunicar e fazer amigos. Quanto mais cedo essa criança receber estímulo e um tratamento, mais chances ela vai ter de se tornar um adulto feliz e integrado à sociedade.
É o caso de Jefferson de Oliveira. Ele tem 24 anos, completou o Ensino Médio, fala inglês e já ganha o próprio salário.
– Eu nasci com diagnóstico, mas na verdade eu não me sinto autista, me sinto como qualquer pessoa.
O jovem, que trabalha como auxiliar de escritório, assistiu à sátira Casa dos Autistas e não se viu naquelas cenas.
– As pessoas devem pesquisar mais sobre o autismo. O autismo não é uma deficiência, é uma síndrome de transtorno global. Existe a síndrome do toque, síndrome disso, síndrome daquilo. Não é deficiência.
(Retirei do blog de minha querida amiga pedagoga Verônica Cruz: http://veronicruz.blogspot.com )
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