quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Horror: Chinês descreve autoridades do governo forçando sua esposa a abortar bebê

Kathleen Gilbert
21 de outubro de 2010 (Notícias Pró-Família) — Uma vítima da política coerciva da China de apenas um filho ofereceu ao mundo um cruel relato pessoal da opressiva lei de controle populacional do país, a qual as autoridades afirmaram prosseguiria depois de seu aniversário de 30 anos no mês passado.
Embora as investigações tenham apontado para inúmeros incidentes semelhantes ocorrendo diariamente sob a brutal política de apenas um filho na China, o abuso geralmente fica escondido por trás do maior segredo — dando para o relato de Luo Yanqua um raro vislumbre do mundo das táticas de controle populacional da China.
A Associated Press obteve o material depois que a rede árabe de notícias Al Jazeera divulgou uma entrevista gravada com Luo, que descreveu suas tentativas fúteis de salvar seu bebê da morte, e sua esposa de maus-tratos indescritíveis, nas mãos do governo chinês.
“Tentei tudo o que pude para salvá-la, desde o momento em que ela foi levada”, disse Luo. “Aquelas 48 horas… eu dormi só três horas. Não consegui comer nada… Minha pessoa toda, meu ser inteiro — não sei o que dizer. Apenas tentei o máximo que pude”.
Luo disse que foi para casa com toda a pressa em 10 de outubro depois que lhe disseram que sua esposa Xiao Aiying havia sido levada por “autoridades de planejamento familiar”, mas era tarde demais — ela havia sido arrastada cerca de dez minutos antes. “Não sei para onde a levaram”, disse ele. “Quando finalmente descobri o lugar, eles tinham trancado minha esposa numa sala separada”.
Luo disse que o casal estava em dúvida se eles tinham permissão de ter mais que um filho — Luo era da cidade, enquanto Xiao era do campo — e que ele tentou dissuadir as autoridades de abortar a criança.
“Eles me disseram que a política de um filho só significava que tínhamos de abortar o bebê”, disse ele. “Protestei. O bebê tinha oitos meses. Isso é um ser vivo. Não dá para se livrar de uma vida”. As autoridades deram para Luo um dia inteiro para apresentar uma solução alternativa, mas em vão.
No dia seguinte, depois que sua esposa não atendeu ao telefone, “eu sabia que algo estava errado e voltei correndo para casa, atrás dela”, disse Luo.
“Havia muitas pessoas cercando minha esposa. Eles seguravam os braços dela atrás das costas dela, mantendo a cabeça dela na parede e chutando o estômago dela. Não sei se estavam tentando fazer com que ela tivesse um aborto ali mesmo. Os braços, pernas e pescoço dela estavam todos machucados. Eu estava muito irado. Eu lhes disse, ‘Não tivemos chance nem mesmo de conversar sobre uma solução. Como é que vocês podem bater na minha esposa?’” disse ele. “Pelo resto do dia, não tive nenhuma notícia de minha esposa”.
Luo mais tarde ficou sabendo que seu filho havia sido assassinado no útero por injeção letal, deixando-lhes apenas sua filha de nove anos. “Foi somente depois da injeção letal que deixaram minha esposa telefonar para mim”, disse Luo, visivelmente confuso e atormentado. “Esse é o quarto dia, e minha filha pergunta, ‘Para onde foi mamãe e por que ela está longe?’ Minha filha vinha sentindo a barriga da minha esposa à medida que ficava cada vez maior durante os meses. E minha filha diz, ‘Vou ter um irmãozinho logo!’”
“Não sei como posso explicar para ela o que aconteceu”.
Uma autoridade disse para a Associated Press que o marido de Xiao havia aprovado o aborto, mas Luo negou a afirmação. “Liguei para a polícia, mas disseram que as questões de planejamento familiar não eram da responsabilidade deles”, Luo disse para a AP. “Quero processar, mas os advogados que solicitei aqui dizem que não podem ajudar e os meios de comunicação não querem fazer nenhuma reportagem sobre nosso caso”.
No vídeo, Luo se desesperou de ficar tentando obter justiça na China totalitária. “Quem fez isso foram autoridades governamentais. Sou apenas um homem comum. Não tenho condições de revidar essa luta”, disse ele. “O fato é que acharão um jeito de fazer uma armação contra mim. Vocês sabem como esse sistema funciona”. Ele disse que agora está preocupado com sua esposa, que ainda não foi liberada do hospital onde seu bebê foi assassinado. De acordo com a reportagem, o bebê morto foi expelido em 14 de outubro.
All Girls Allowed (Todas as meninas têm permissão), uma organização de jovens fundada por um dos líderes do movimento pela democracia na Praça Tiananmen em 1989, comentou que de acordo com as próprias estatísticas oficiais da China, pelo menos 35 mil abortos são realizados diariamente, ou cerca de um a cada 2,5 segundos.
“Exortamos todas as pessoas e líderes do mundo livre a assistirem a este vídeo e ouvir os gritos dos pais e dessa criança em gestação que foi simplesmente assassinada”, disse Chai Ling, líder de AGA. “Até quando o mundo fingirá que não está vendo essa política cruel?”
Veja a cobertura relacionada de LifeSiteNews.com:
Horror na China: Bebê abortado por médicos sobrevive, mas é enviado para ser cremado
http://noticiasprofamilia.blogspot.com/2010/06/horror-na-china-bebe-abortado-por.html
Ativista chinês de direitos humanos e liberdade religiosa recebe Prêmio Nobel da Paz
http://noticiasprofamilia.blogspot.com/2010/10/ativista-chines-de-direitos-humanos-e.html
Novas investigações de campo confirmam cumplicidade do FNUAP na política coerciva de controle populacional da China
http://noticiasprofamilia.blogspot.com/2009/07/novas-investigacoes-de-campo-confirmam.html
Dep. Smith confronta Clinton sobre aborto e política coerciva de apenas um filho
http://noticiasprofamilia.blogspot.com/2010/03/dep-smith-confronta-clinton-sobre.html
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/ldn/2010/oct/10102109.html
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